sexta-feira, 22 de junho de 2007

Boletim 02 de 22 de junho (5º dia ocupado)

A última assembléia geral dos estudantes, ocorrida no dia 21 de junho, obteve uma participação ainda maior que a anterior, com cerca de 1200 alunos. A discussão girou em torno da manutenção da greve e da ocupação da DAC. Depois de um intenso debate, a assembléia decidiu pela continuidade de ambas.

Decidiu-se também pela manutenção de nossa pauta de reivindicações até que se iniciem as negociações com a reitoria. Portanto, continuamos em nossa ocupação: pela revogação imediata dos decretos do Serra, que ainda mantêm o seu caráter de precarização da educação pública como um todo; contra toda e qualquer punição dos estudantes, funcionários e professores em luta, em especial os da USP e Unesp/Araraquara – na qual a tropa de choque efetivou a reintegração de posse durante a madrugada do dia 20 de junho; pela prorrogação do calendário da DAC para reposição com qualidade das aulas não ministradas e adiamento dos prazos; pela restauração dos blocos B e C da moradia, que estão desmoronando, o que demonstra o descaso da reitoria em cumprir os acordos anteriormente estabelecidos; pela contratação de funcionários e professores por concurso público, garantindo a expansão de vagas com qualidade .

Para além de nossas reivindicações, nos pareceu clara a necessidade de ampliarmos o debate sobre os métodos de luta utilizados e, com isso, esclarecer que as ocupações não visam somente obstruir o andamento normal de nosso cotidiano. Não são meios políticos autoritários e violentos, como argumentam alguns. Entendemos, ao contrário, que estes são instrumentos políticos de luta legítimo dos variados movimentos sociais, uma vez que não lhes é permitido, nos espaços cotidianos, expressar-se e reivindicar seus interesses. O autoritarismo com que as políticas educacionais são implantadas, assim como a inexistência de espaços democráticos de debate e decisão sobre os rumos da universidade, levaram os estudantes da USP, bem como os da Unicamp no início do ano, a optar pela ocupação das respectivas reitorias. Valendo-se do mesmo método, estudantes da Unesp/Araraquara foram vítimas de dupla violência da diretoria: tanto quando esta escolheu por não dialogar, quanto pela truculência da polícia militar que os expulsou de maneira agressiva do local e levou 92 estudantes para a delegacia, com a ameaça de incriminá-los. Para além disso, na tarde de ontem o campus de Araraquara foi sitiado pela PM a pedido do diretor impedindo qualquer acesso à universidade. Este fato só encontra paralelo histórico no Brasil com a ditadura militar.

Tudo isso, somado à crescente presença da polícia nas universidades, demonstra a forma pela qual o governo e seus representantes acadêmicos respondem às demandas dos movimentos sociais: criminalizando-os.

A ocupação da DAC foi decidida em uma assembléia com mais de 300 estudantes, sendo esta uma dentre as opções postas de ocupação. As razões para tal opção: a importância da DAC na Unicamp (não só no que diz respeito à vida acadêmica estudantil), o que forçaria o reitor a dialogar com o movimento, tanto em relação à pauta das punições quanto em relação à alteração do calendário; a grande mobilização e debate que seriam propiciados, como verificamos nas duas últimas assembléias; assim como a maior visibilidade do movimento estudantil para o restante da Unicamp.

Ontem também ocorreu em 5 avenidas importantes de 5 cidades do Estado um ato de 5 minutos pela revogação dos Decretos do Serra. O Flash Mob mobilizou bastante gente e teve uma grande repercussão. Além disso, conseguimos ontem um debate ao vivo na TV aberta com uma representante escolhida pelos estudantes e um representante do sindicato dos trabalhadores - a Reitoria se ausentou. Estes dois eventos foram importantes para a ampliação do debate em defesa da Educação Pública para além dos muros da Universidade.

Convocamos todos a particioar das atividades e comissões da Ocupação.

- Assembléia no dia 25 de junho, às 17:00h, no saguão do PB, para discutirmos os rumos do movimento estudantil assim como sua atual situação, frisando a importância política deste debate.

4 comentários:

Anônimo disse...

Opa Camaradas!

Sou estudante da UERJ é desde o início acompanho a ocupa desde do início.

Entonces, quero saber se a assembléia do dia 25/6 vai ser só para os estudantes das Universidades Paulistas? Vocês vão publicar o que foi discutido?

Abraços,
Tati.

Unknown disse...

A assembléia do dia 25 é a assembléia geral dos estudantes da Unicamp.

Anônimo disse...

A cavalaria está chegando? ou a polícia? não, a pasmaceira é geral...

Saiu na, como direi ... 'imprensa burguesa'?

http://www.cosmo.com.br/cidades/campinas/integra.asp?id=198490

Estudantes

Enquanto os funcionários da Unicamp decidiram por um fim a paralisação, os estudantes continuam, ocupando o prédio da Diretoria Acadêmica (DAC) e não apresentaram nenhuma expectativa de quando deixarão o local. "Temos uma assembléia marcada entre todos os estudantes na segunda-feira para decidirmos quais serão os próximos passos da greve" , disse Paula Berbet, assessora de comunicação dos estudantes. Ontem, o prédio do DAC ficou praticamente as moscas. Ao contrário dos dias anteriores em que o número de alunos era superior a 100, mesmo que em esquema de revezamento, a cena que se presenciou durante toda a sexta-feira foi de abandono.

Apenas duas dúzias de estudantes permaneceram no local para resguardar a ocupação. O restante: arrumou as malas e voltou para casa da família para aproveitar o final de semana ou nem deu as caras na universidade, conforme informou um vigilante da Unicamp. "Hoje (ontem) foi o dia inteiro assim. Esse marasmo. Quase ninguém apareceu" , disse o segurança que preferiu não ter a identidade revelada.

Anônimo disse...

Apenas duas dúzias de estudantes permaneceram no local para resguardar a ocupação. O restante: arrumou as malas e voltou para casa da família para aproveitar o final de semana ou nem deu as caras na universidade, conforme informou um vigilante da Unicamp. "Hoje (ontem) foi o dia inteiro assim. Esse marasmo. Quase ninguém apareceu" , disse o segurança que preferiu não ter a identidade revelada.
SERÁ QUE ALGUÉM TERÁ CORAGEM DE VOLTAR PARA ESTA INVASÃO PATÉTICA DEPOIS DE UM FINAL DE SEMANA DE REFLEXÃO COM A FAMÍLIA? HMMM... MAIS DO QUE O MEDO DA PUNIÇÃO DEVEM ESTAR COM VERGONHA... ACHO QUE A COISA VAI SE ESVAZIAR SOZINHA, E DAQUI A UNS DIAS NINGUÉM VAI ASSUMIR QUE PARTICIPOU DESTE CIRCO DE HORRORES.